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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Noroeste começa com 5 quadras

O brasiliense que conhece endereços por siglas terá que se acostumar com mais uma combinação de letras: SQNW. É como serão chamadas as quadras do Setor Noroeste, cujo lançamento oficial está marcado para sexta-feira. O edital de licitação para a venda das primeiras 63 projeções está na rua e a abertura dos envelopes será no próximo dia 29. Os 52 terrenos destinados para a construção de prédios residenciais custarão entre R$ 10,3 milhões e R$ 14,9 milhões. No edital, há também 11 projeções comerciais, com preços iniciais entre R$ 1,7 milhões e R$ 2 milhões. 

O governo vai ganhar, pelo menos, R$ 650 milhões com a primeira licitação. A venda de todo o bairro renderá R$ 3,5 bilhões aos cofres públicos. A construção do Noroeste começará pelo fim da Asa Norte, avançando em direção ao centro. As primeiras quadras licitadas serão as últimas do setor — as SQNW 109, 110, 111, 310 e 311 (veja arte). A 109 e a 110 terão 11 prédios. As demais, 10. A Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) vai licitar ainda a entrequadra comercial CLNW 10/11. Os edifícios residenciais do novo setor deverão ter, obrigatoriamente, seis pavimentos, pilotis e garagens.

Depois do anúncio da licitação, a expectativa em torno do valor dos apartamentos é grande. Um terreno de 1 mil metros quadrados no Noroeste, por exemplo, é ofertado a um preço mínimo de R$ 10,3 milhões e tem potencial construtivo de 6,3 mil metros quadrados. Assim, será preciso cobrar, pelo menos, R$ 1,6 mil por metro quadrado de cada imóvel apenas para arcar com os custos da projeção. Esse preço ainda pode subir, pois vence a licitação quem oferece o maior lance. Especialistas e técnicos da própria Terracap estimam que o metro quadrado custe, inicialmente, entre R$ 5 mil e R$ 6 mil. Com essa conta, um apartamento de 100 metros quadrados no novo setor custará entre R$ 500 mil e R$ 600 mil. 

Nesta primeira concorrência pública, a Terracap vai vender apenas projeções individuais. Mas o presidente da empresa, Antônio Gomes, não descarta a possibilidade de licitar quadras inteiras para uma única empreiteira ou para um grupo de construtoras. O objetivo seria acelerar a construção da infraestrutura. A vencedora da licitação ficaria responsável por urbanizar toda a superquadra. “Vamos consultar o Tribunal de Contas e o Ministério Público do DF para saber a viabilidade do projeto”, explica Gomes. A estimativa do GDF é que sejam necessários R$ 400 milhões para fazer a rede de esgoto, água, asfalto, iluminação e sistema de drenagem nas 20 superquadras do Noroeste.

Sinal salgado
O pagamento dos terrenos só pode ser dividido em 12 meses e o vencedor precisa ainda dar 20% de entrada no momento da compra. Normalmente, a Terracap parcela os lotes em até 240 meses e cobra apenas 5% de entrada. Questionado se o novo modelo de pagamento não excluirá pequenas construtoras do negócio, o presidente da Terracap garantiu que não. “O governo pensou até em vender todos os terrenos à vista. Mas decidimos ampliar para um ano para facilitar o pagamento”, disse Gomes.

O diretor-técnico da Terracap, Luís Antônio Reis, explicou que o governo tem pressa em receber porque precisa de caixa para investir na infraestrutura do novo bairro. “Não queremos repetir o erro do Sudoeste, onde a urbanização demorou muito. Nosso objetivo é que o primeiro morador chegue ao Noroeste com asfalto, calçada e gramados na porta de casa”, justificou. O governo deve licitar a primeira etapa das obras de infraestrutura ainda este mês. A principal via de acesso ao Noroeste, a DF-061, já está sendo duplicada.

As construtoras que arrematarem os 63 terrenos terão que aprovar os projetos na Administração de Brasília e receber os alvarás de construção para, então, iniciarem as obras. A Terracap acredita que o trâmite deve levar até seis meses. Ao assinarem o contrato com a Companhia Imobiliária de Brasília, as empreiteiras se comprometerão a erguer os prédios em até 70 meses — cinco anos e 10 meses. Caso não cumpram o acordo, a Terracap vai retomar a projeção, indenizar a empresa e vender o lote novamente.

A Terracap tentou esconder o anúncio do lançamento do Noroeste até o último momento. O registro imobiliário do setor foi emitido pelo cartório do 2º Ofício de Registro de Imóveis ainda em dezembro de 2008 e está tudo pronto para a festa desde a semana passada. Na segunda-feira, diretores da empresa chegaram a confirmar a realização da solenidade, mas diziam que esperavam encontrar um espaço na agenda do governador José Roberto Arruda para marcá-la. Ontem, antes mesmo de o presidente da empresa anunciar o início do Noroeste para a imprensa, máquinas já trabalhavam na área do futuro bairro. Elas limpavam o cerrado para a colocação do palanque do governador. Depois da cerimônia, um estande de vendas funcionará no local.

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